Créditos Aria Santana 

O m&ecirc;s de&nbsp;maio apresentou sinais de desacelera&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica&nbsp;no Brasil, com&nbsp;retra&ccedil;&atilde;o no consumo&nbsp;e&nbsp;queda no ticket m&eacute;dio de gastos&nbsp;em datas sazonais. Apesar do ritmo mais lento na movimenta&ccedil;&atilde;o prevista pelo varejo, o protagonismo feminino seguiu em evid&ecirc;ncia:&nbsp;mais de 10 milh&otilde;es de neg&oacute;cios no pa&iacute;s s&atilde;o liderados por mulheres, aponta o Sebrae.&nbsp;
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Entre os com&eacute;rcios que movimentam a economia sazonal em maio, a Confedera&ccedil;&atilde;o Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) havia projetado, em 2025, a&nbsp;movimenta&ccedil;&atilde;o de R$ 37 bi na economia&nbsp;exclusivamente pelo&nbsp;Dia das M&atilde;es.&nbsp;O saldo final est&aacute; abaixo em&nbsp;6%&nbsp;no comparativo &agrave;s proje&ccedil;&otilde;es do ano passado pela organiza&ccedil;&atilde;o &ndash;&nbsp; avaliado em&nbsp;R$ 40&nbsp;bi.&nbsp;
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O levantamento &eacute; feito com consumidores das 27 capitais brasileiras, atrav&eacute;s da CNDL e SPC Brasil, em parceria com a Offerwise Pesquisas. Na busca por perfumes, cosm&eacute;ticos, roupas, cal&ccedil;ados, flores e chocolates, o ticket m&eacute;dio de gastos tamb&eacute;m reduziu aproximadamente 5% &ndash; em R$ 298 para este ano.&nbsp;
Diante da desacelera&ccedil;&atilde;o do consumo em maio, coube &agrave; economia feminina cobrir a movimenta&ccedil;&atilde;o de recursos. Impulsionando uma m&eacute;dia de R$ 150 trilh&otilde;es por ano, a economia feminina &eacute; bem vista aos olhos das empresas, mas n&atilde;o do mercado de trabalho. Apesar do alto volume de dinheiro envolvido, as mulheres ainda recebem, em m&eacute;dia, 20% a menos que os homens, segundo o 3&ordm; Relat&oacute;rio de Transpar&ecirc;ncia Salarial e Igualdade.&nbsp;
Apesar dos desafios, o p&uacute;blico feminino segue ocupando diversos setores, entre eles, &lsquo;educa&ccedil;&atilde;o, sa&uacute;de humana e servi&ccedil;os sociais&rsquo;, seguido por &lsquo;com&eacute;rcio, repara&ccedil;&atilde;o de ve&iacute;culos automotores e motocicletas&rsquo; e &lsquo;servi&ccedil;os dom&eacute;sticos&rsquo; em &uacute;ltimo, conforme levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra por Domic&iacute;lio (Pnad). Atuando no 2&ordm; quartil, a curadora e fundadora da Afrocentrados Conceito, Cynthia Paix&atilde;o, destaca a import&acirc;ncia feminina tanto para o consumo, quanto para inje&ccedil;&atilde;o de capital na economia.&nbsp;
&ldquo;Hoje em dia, a presen&ccedil;a feminina n&atilde;o s&oacute; representa 85% dos gastos de consumidores globais, como estamos inseridas nos principais setores do mercado de trabalho. As mulheres est&atilde;o sempre movimentando a economia e neste m&ecirc;s de maio n&atilde;o est&aacute; sendo diferente. Hoje, quando pensamos em datas sazonais, como o &lsquo;Dia das M&atilde;es&rsquo;, pensamos em uma data delas &ndash; feita para elas e por elas&rdquo;, afirma.&nbsp;
Segundo&nbsp;Cynthia, o papel da mulher n&atilde;o pode mais ser visto somente pelo vi&eacute;s familiar ou emocional, mas sim estrat&eacute;gico. O &uacute;ltimo relat&oacute;rio da NielsenIQ aponta que&nbsp;as mulheres influenciam em at&eacute; 80% os gastos de consumo das fam&iacute;lias, abrangendo desde &lsquo;alimentos e vestu&aacute;rio&rsquo; at&eacute; &lsquo;educa&ccedil;&atilde;o e servi&ccedil;os de sa&uacute;de&rsquo;.
&ldquo;Quem perceber o uso estrat&eacute;gico do p&uacute;blico feminino, vai sair &agrave; frente na corrida empresarial. Enquanto mulheres, somos alvo de campanhas publicit&aacute;rias, criadoras de solu&ccedil;&otilde;es, geradoras de renda, l&iacute;deres de neg&oacute;cios e, principalmente, influenciadoras de comportamento de consumo. Nossa &uacute;ltima a&ccedil;&atilde;o estrat&eacute;gica de comunica&ccedil;&atilde;o e marketing, por exemplo, foi com influenciadoras m&atilde;es criando uma espa&ccedil;o de valoriza&ccedil;&atilde;o da cultura negra e do empreendedorismo colaborativo. Al&eacute;m de construirmos v&iacute;nculos emocionais, desenvolvemos relacionamento e engajamento, sendo um verdadeiro sucesso da pot&ecirc;ncia feminina dentro e fora do &acirc;mbito empreendedor&rdquo;, explica.&nbsp;
Inserida no setor comercial, Cynthia &eacute; uma das empres&aacute;rias que impulsiona o desenvolvimento de outras 100 empreendedoras negras, com mentorias de empreendimento, marketing digital e design de produtos. No m&ecirc;s de maio, aproveitando o gancho sazonal, a profissional explica que &eacute; preciso transformar as datas comerciais em oportunidades de visibilidade e valoriza&ccedil;&atilde;o. &ldquo;O m&ecirc;s das m&atilde;es, por exemplo, &eacute; uma vitrine sazonal para os com&eacute;rcios, mas &eacute; tamb&eacute;m um momento para reconhecermos o impacto feminino na engrenagem econ&ocirc;mica&rdquo;, enfatiza.
A presen&ccedil;a feminina, ainda que invisibilizada nas estruturas formais da economia, permanece como um dos pilares do consumo e empreendedorismo no Brasil. Para Cynthia, o Dia das M&atilde;es em 2025 refor&ccedil;ou o protagonismo das mulheres enquanto motoras do desenvolvimento econ&ocirc;mico.
&ldquo;O que estamos construindo vai al&eacute;m de uma data comercial. Quando colocamos mulheres &mdash; especialmente mulheres negras, m&atilde;es, perif&eacute;ricas &mdash; no centro da economia, estamos falando de transforma&ccedil;&atilde;o estrutural. Estamos falando de acesso, de oportunidades reais, de espa&ccedil;o para crescer com autonomia. O sazonal m&ecirc;s das m&atilde;es n&atilde;o &eacute; s&oacute; sobre consumo, precisa ser tamb&eacute;m sobre reconhecimento, visibilidade e investimento em quem movimenta essa engrenagem todos os dias, mesmo sem o devido reconhecimento&rdquo;, conclui.

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Saldo final de maio: ticket médio de gastos reduz entre consumidores, apesar das datas sazonais

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